Mal consigo sair. Sinto muito, amigo. Acho que me envolvi demais na ausência ampla e em lágrimas, que de tão salobras amargam meu sorriso. Ainda bem que eu não ligo para o gosto da alegria. Gostaria de tempo... me cederia algum?
Sei que você respirou ares coloridos, provou dos gostos mais intensos, tomou decisões, descobriu novas palavras e com elas... novos sentimentos. Aposto em um Francisco mais sólido, mais complexo, mais adulto. Quantas voltas sua alma já deu? Reflexões vieram, ondas quebraram em seus olhos, arrebentando a provincianidade goiana... Você? Um outro. O outro.
Mas tem o apesar. O apesar. Você ainda é aquele menino que se vestia de um bicho qualquer para alegrar aqueles no departamentos de oncologia de hospitais. Você é ainda alegre, um poeta, um amigo, um parceiro de fugas e de segredos. Isso não muda. Isso é seu e um pouco meu. Meu, por estar aqui, atracado no meu peito. Uma pequena âncora-Francisco no infinito oceano que é meu coração.