segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Um monstro anestesiado espera


É, chegou a hora de rebobinar...

***

Sim, ainda na vã esperança de que tudo será inédito e de que finalmente a existência da Rodayne seja raspada em finas lascas de acrílico!

Tentando ser menos "eu".




"Sei das besteiras que faço
Das besteiras que falo
De onde vêm os hematomas

Dos medos e dos fracassos

Sei o que penso na insônia
Quando dou uma esmola
Quando digo minha glória
E penso nos vestidos

Sei das noite bebidas
Nos copos sujos e sujos

Conheço cada pedaço da rua

Conheço um pouco de tudo
E sei que digo mentira quando digo " sei de tudo"
Falo demais sobre mim
E quando vejo
Já disse
Algumas verdades"
(Fernanda Young)

***

E para tentar diminuir a solidão na blogosfera:

- Acho que vou te convidar para blogar junto comigo, mais um autor no filiaporsofia.blogspot.com - eu digo.
-Eu? Mas, Rodayne, eu não consigo! - desesperado.
-Não consegue? Como assim?
-Nem comentar eu sei.

Meu amigo, senhores, querendo me roubar o título de "Canhota das duas mãos", subestimando sua capacidade intelectual de digitador.

domingo, 30 de dezembro de 2007

A family tale


Há um domingo em que tudo é tédio. O sol brilha radioativo no azul-claro do céu de um lugarzinho no fim do mundo. Ela fica pensando sobre o tempo que evaporou (de novo). Aqui, eu só quero deitar e dormir. E esquecer. E me abandonar. E perder toda minha identidade. E ser, de novo, livre, como o garoto de 8 anos que me ensinou tudo sobre pão-de-bruxa e sabe morrer como ninguém.

Purple girl

Viva o jeito roxo de ser!


Your Inner Color is Purple

Your Personality: You're a dreamer and visionary. You believe you were put on this earth to do something great.

You in Love: You're very passionate but often too busy for love. You need a partner who sees your vision and adopts it as their own.

Your Career: You need a job that helps you make a difference. You have a bright future as a guru, politician, teacher, or musician.


Your Brain is Purple

Of all the brain types, yours is the most idealistic.
You tend to think wild, amazing thoughts. Your dreams and fantasies are intense.
Your thoughts are creative, inventive, and without boundaries.

You tend to spend a lot of time thinking of fictional people and places - or a very different life for yourself.


Your Psyche is Violet

You are spiritual, intuitive, and serene.
People trust you to rescue them from bad situations, and you usually come through.
While you are quite enlightened, you find that your path is very lonely.

When you are too violet: you can't connect to ordinary life or ordinary people

When you don't have enough violet: you lack wisdom and can't learn from the past


Your Hair Should Be Purple

Intense, thoughtful, and unconventional.
You're always philosophizing and inspiring others with your insights.





You Are a Purple Flower



A purple flower tends to represent success, grace, and elegance.

At times, you are faithful like a violet.

And other times, you represent luxury, like a wisteria.

And more than you wish, you find yourself heartbroken like a lilac.

sábado, 29 de dezembro de 2007

Para Tudor Suiche...



Ele... e sua incrível capacidade de estar acima da montanha mais alta. Ele, que me ensinou a guardar pedaços de existência, de minha existência - pra ver o que fazer dela depois. Ele, uma dessas pessoas que não "lindamente" cabem nos quadradinhos patéticos da definição. Ele está além, senhores, bem além.
A sua relevância está em sentir e transcender. Pouco importa ver, estar, existir, perseguir sonhos, "vencer". Orgulho, história, caminho, destino, raiz, planos... coisas para todos. Mas ele não é todos. Porque ser "todos" é ser medíocre, é ser príncipe legal, é ter espada "boazinha", é falhar e esconder o fracasso debaixo do tapete. Ser "todos" é coisa para aqueles que escolheram o tédio da facilidade e da calmaria.

Ele não. Ele está num dos barcos de William Turner e optou pela agonia dos invernos azulados da dor. Entendeu a diferença das várias camadas da amizade. Superou a dita "elite" e lhe jogou na cara que ser "fácil" de espírito é coisa pra indolentes covardes.
Ele, professor. Ensinou-me minha condição de pessoa, de humana. Ele, minha caverna obscura, meu riso suprimido, minha vontade, minha tranqüilidade, meu liqüidificador. Ele, ele, ele. Infinitamente ele. Sem títulos, sem implícitos, subentendidos, sorrisinhos e coisinhas inhas. Sem horários, sem mentiras, sem figuras, sem ilusões, sem favores, sem atitudes forcis.
Ele, que tanto agrada todas camadas da sociedade, ele, populista, ele, insuperável. Indecifrável, incomparável, inigualável, invejável e tantos outros "ins". Ele, parte do meu melhor. Parte das minhas reticências. Ele, ele, ele. Infinitamente ele. Para sempre além.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Maybe jingle bell time isn't a swell time






Geladeira pós-natal










Parede pós-natal (mudando de cor by itself)









Vida bandida pós-natal (pensando no salto pela janela)












Ânimo pós-natal





"Aí você pensa: Como este mundo é idiota!"

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Vencida

Cada um escrevia um trecho e, em seguida, entregava ao outro para que continuasse. Assim nasceu o conto Vencida, terceira parceria poética que fizemos em 2007. Escrito durante uma das tantas aulas chatas que assistimos, expressa os sentimentos, as incertezas e as verdades de duas almas distintas. Em conflito de pensamentos e ações, é preciso decidir: vencer ou deixar-se ser vencido?


- Eu acho que as bicicletas fugiram – ela sibilou amarga.

- Fugiram? Não teriam se escondido? – respondeu o amigo.
- Não mesmo! Bicicletas desejam a liberdade eterna e não uma camuflagem momentânea. Está tudo triste agora e a dor é apenas o que resta... Quem nos limpará dessa perda que de tão intensa já se converteu em sangue?
- As bicicletas são insubstituíveis, sim. Mas precisamos esquecê-las. Limparemos a dor com o sangue. Chame o Onofre.
- É sim! Nada mais maravilhoso do que jogar sangue na dor... Ou a dor no sangue... Importa? Acho que o Onofre tem medo de que eu o chame...
- Chame-o, por minha conta. É preciso que ele veja. Ei! Não exagere no sangue, vamos precisar dele para outra coisa – disse o amigo, saindo misterioso.
- Não saia! Não me deixe... Onofre está mudo e perdeu um dos dentes. Está sedento e diz que entraria em uma das pirâmides se pudesse. Ele não se importa com as bicicletas ou mesmo com nosso sangue que cobre a dor...
O amigo volta, trazendo consigo dois pares de patins.
- Pronto – diz ele, entregando o par rosa – Podemos nos mover agora. Deixemos Onofre onde está. Sua apatia ainda lhe dará lições importantes. Já calçou?
- Sim. Você acha que poderemos sair daqui agora? Estou encharcada e com medo. Há areia nos meus cabelos e nos olhos. Tremo! E se não conseguirmos? E se estivermos presos?
- Também tenho medo, mas não podemos ficar. Em breve eles chegarão e poderão nos acusar... Sem provas, iríamos para um lugar mais quente e sujo, onde estar coberto de areia é ínfimo. Vamos, depressa.
- Ai! Acho que Onofre caiu do meu bolso!
- Deixe o Onofre! Deixe as bicicletas! Precisamos ir agora!
- Mas e o sangue? E essa vontade de definir coisas que já conhecemos? Olha, migalhas são partes que servem para ser somadas após a fragmentação. O propósito de ser migalha é existir para deixar de existir. Entende? Porque assim que a migalha vira o todo, ela morre! Morre sem deixar carcaça ou defunto para termos algo que justifique luto. Acho que sou migalha e não quero ir! Quero ficar e me ter!
- Quem disse que deixará de ser migalha? Nesta terra de lobos comendo lobos, as partes nunca são somadas! Você nunca será todo, portanto nunca morrerá. De luto, basta o da Terra. Estou indo, você vem ou não?
- Eu não sei! Desespero!
- Sinto, mas terei que deixá-la.
Ele vai... Deslizando pelos cumes, pelas dunas e valas. Ela se deita e puxa um manto de areia sobre si. Encolhe, encolhe... até se diminuir em um fiapo. Enquanto vai perdendo tamanho e existência. De sua cabeça sai uma borboleta. Borboleta escarlate que tinge o pálido céu egípcio de Perda. Um dos vários nomes da Dor.



Rodayne e Francisco, respectivamente.

Em um tripé


Porque papel contact gruda até na alma... menos nos lugares onde ele é realmente necessário. Porque chove e as certezas se dão às gotas geladas que vão se impregnando e juntando aos poucos à minha cabeça, onde está a alma. A alma embrulhada em papel contact e em folha celofane amarela. E tudo fica assim... cadenciado em sincronia com as gotas meladas de nuvem, e eu já não me importo se também tenho a terceira perna que Lispector trazia consigo ou se simplesmente estou tremendo de medo da liberdade ou de assuntos como a importância da educação.

Aliás, qual é a real importância do massacre intelectual? A garantia de um bom desenvolvimento do país? Ou a falsa garantia de um bom desenvolvimento do indivíduo? Porque é fato, caro Van de Toulon , um instruído e um analfabeto podem ser igualmente estúpidos, ignorantes... e pior... igualmente escravos. A educação formal não oficializa a transcendência da vaca para humano e pode sim relegar um infeliz quadrúpede bovino a um simples objeto.

Ahhhh, mas eu já não me importo com isso... e nem com os quinhentos mil números de enigmas para dar fim... a esfinge vai me devorar... e eu vou, felizmente, sendo deglutida. E a culpa? Sim, é totalmente do carente papel contact que plastificou meu eu.
***
E depois dizem: wtf, isn't she such a drama queen?

Am I? Don't care a damn if I am.