Tanto tempo sem escrever, sem ter esse gostinho de deixar as pontas dos dedos irem vomitando as palavras em cima do teclado, assim... ao seu sabor. Acho que escrever me esvazia... e nossa! Como ando cheia. Não sei dizer se ando cansada, farta, chata ou se simplesmente descobri aquela coisa proibida sobre a vida.
A verdade, é que o desespero anda impregnado na minha pele e mal consegui ler seu último post, Toulon. As primeiras palavras escritas parecem ser as minhas, seriam essas que meus dedos digitariam... A vida e sua dor. De novo, de novo! Mais uma vez viver está sangrando, por favor, me expliquem como fazer ficar tudo suportável, pelo menos minimamente melhor.
O bom é que eu estou sem tempo para pensar na vida... mas toda hora, antes de dormir, a noite não se faz de negro veludo como nos livros... Apesar do sono, vem o tapa na cara, vem isso tudo que embolora o rosto e implanta dois buracos no lugar dos olhos...
Temo não saber gastar a vida e estar póstuma aos 18 anos... Como eu queria ser adulta, ter 37 anos, ter certezas na vida, não ser desolada e simplesmente vencer minha condição lacunar e fragmentária...
Ajuda, ajuda... é tudo que os dedos imprimem na tela branca... e alma pede, sôfrega.
domingo, 28 de setembro de 2008
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4 comentários:
Querida, não apresse a vida, te afirmo - do alto de meus 33 anos- que nos tornamos adultos, mas as dúvidas nunca são transformadas em certezas.
Aguarda! O acalanto já vem!
Bj!
"Acho que escrever me esvazia... (...) A vida e sua dor. De novo, de novo! Mais uma vez viver está sangrando..."
acabamos descobrindo que, no final de tudo, vive mais quem mais pensa que não vive. falta-nos a consciência de saber enxergar vida no vomitar de palavras no teclado.
você sumiu.
grande abraço.
Oi querida, tão lindas suas palavras... adorei isso: "de dormir, a noite não se faz de negro veludo como nos livros... Apesar do sono, vem o tapa na cara, vem isso tudo que embolora o rosto e implanta dois buracos no lugar dos olhos..."
Só uma coisa: não sei se a vida adulta vem carregada de certezas,
acho que essa condição lacunar e fragmentária nos acompanha durante toda a vida.
Um beijo,
Sofia
Este post e o anterior resumem um pouco do que é a minha vida hoje. Não ter vontade de se levantar da cama pela manhã para viver mais um dia. Vivendo de sonhos que talvez nunca se realizem, sonhos que vêm e que vão, te dão uma esperança momentânea que depois se esvai, levando consigo os pequenos vestígios de alegria que inflamaram. Incerteza, insegurança, medo, vontade de ser tudo e de não ser nada, de ir e de ficar, de esperar que alguém apareça e faça sua vida valer a pena. Eu vivo por esse momento.
O amor-próprio não pode faltar. Sei que sou patético às vezes, sinto vergonha de quem sou em alguns momentos, mas nunca posso deixar que falte em mim o amor-próprio. Nunca mais quero desejar que as pessoas olhem para mim com pena, que pensem que sou um ser fraco que precisa de ajuda, não que eu não o seja, mas não o querer ser mais. Para quando aquela pessoa chegar eu poder olhar diretamente nos seus olhos e dizer "ainda bem que chegaste. Vamos andar juntos, preciso de ti; e contes comigo também."
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