segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Guardado

Já não lhe importa se chove ou faz calor

Perde-se na multidão de sorrisos

Abatido pela incerteza do não saber

Os pensamentos são incontroláveis

As atitudes não correspondem à angústia

É contraditório e fraco, demasiado fraco

Os suspiros já lhe cansam

Saem cansados, enxarcados de uma aparente derrota

Imagina tanto que as forças esvaem-se

Apesar da real vontade de lutar

Perdido em seu mundo de fantasia

Acorrentado à realidade futura

Apavorante, enfadosa, inverossímel, mentirosa

Falta-lhe coragem e muitos degraus a subir

Dentro e fora de si

Encontra-se cansado

Sensível às mínimas imagens ou estímulos

Capazes de desfazê-lo, derrubá-lo

Devorá-lo? Sim, capazes de tudo

Entre alegrias explícitas e temores ocultos divide seu ser

Pobre ser

Que ainda não desistiu

Resiste

Inconsciente da verdadeira fonte que lhe sustenta

Prefere fluir com a música

Viajar em seus filmes

E (con)viver com as incertezas

É melhor ser assim

Ainda é melhor acreditar.

2 comentários:

Lupe Leal disse...

"Entre alegrias explícitas e temores ocultos divide seu ser"
isso é muito forte.


um abraço.

Miss Lou Monde disse...

Um poema, um dia... aqui chove. Nesse cinza me sinto aconchegada pelo seu lirismo que tão bem sabe traduzir meu eu. ^^