Perguntaram-me: e o monstro?
Agora, ele dorme num silêncio todo feito de azul e sol. Com pesados olhos fechados, ele sonha, deseja.
"É só esperar... Não tarda muito e ela mergulha novamente na teoria tão paralisante daquele mar dos que sofrem. E ela se desindividualiza... é só! E a rigideza de metais das minhas garras voltarão a fincar e escavar sua alma. E virá a inatividade definitiva dos sentimentos não mais usados. Meu massacre? Não demora".
Monstro, monstro. Tua valsa é quimera que geme, que dói. É cântico delicioso e veneno tão doce, tão lento. Conheço tua paciência áspera e vã. Sei como me afetas a atitude e a razão.
Mas o resto do mundo capota num sonolento e medroso caso com a velhice.
E eu, apesar de ainda te temer, não sou fragor de vomitar fins.
Vomito baleias feitas de solidão.
Então, o monstro esfrega os olhos, aperta seu embaraço e me chama para bailar.
Sim, meu monstro. Imprudente e vil como um histrião, mas valsa como ninguém...
segunda-feira, 3 de maio de 2010
La valse des monstres
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Um comentário:
é bom ver vc voltando pra dentro de si de novo.;)
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