Esta é a primeira páscoa que recebe um registro escrito. Queria eu ter somente coisas boas para dizer nesta inauguração, mas as circunstâncias em que não só eu, mas muitas pessoas as quais estimo muito se encontram, impedem-me de ser mais otimista.
A alegria de estar em Anápolis depois de duas semanas fora, e de reencontrar e conversar com os amigos divide lugar dentro de mim com uma profunda tristeza e amargura. Uma pessoa que estimo muito sofreu um grave acidente, e espera, agora, neste momento, um milagre que lhe restitua o que quase lhe foi tirado. Logo que cheguei pude ir ao hospital, e a imagem daquela família confiante e unida - pela fé, pelo amor, pela vida - apesar do choque, das lágrimas e do abalo, emocionaram-me muito e me fizeram pensar em coisas há algum tempo esquecidas por mim.
Além de ser páscoa, hoje é aniversário de meu pai, e embora os risos e sorrisos estampem meu rosto, não consigo deixar de pensar no sofrimento que meu primo, por exemplo, está passando. Imagino que toda a poesia que existe nele esvai-se por alguns momentos toda vez que vê sua mãe ou seus entes queridos sofrendo... A vida é tão valiosa e tão efêmera para não a aproveitarmos... O carpe diem voltou à minha mente com tanta força que me culpo por não viver cada dia como se fosse o último. Difamo a vida com tantas reclamações inúteis – reclamo por ter aula depois do almoço, reclamo por ter prova segunda, reclamo por não ter tanto dinheiro como gostaria, difamo-a tanto que chego a envergonhar-me de mim mesmo! Poxa, eu tenho tantas alegrias em minha vida que deveria agradecer a Deus a todo momento!
À tarde, eu e meu irmão passamos por uma situação que me fez refletir ainda mais sobre isso – íamos passar no sinal verde quando um carro, descendo a rua, atravessou o sinal vermelho e quase nos acertou... Se acreditasse em destino, diria que era ele me dando um sinal, dizendo “Ei, ACORDE! Você vive, tem saúde, estuda, come, tem o que vestir, tem pais, tem tanto! Por que reclama? Por que não luta para que outros tenham o mesmo ao invés de querer mais, mais, mais?”
E se aquele carro tivesse batido em nós, e se eu tivesse morrido? Teria eu aproveitado ao máximo cada instante de minha vida? Teria dito a quem amo que os amo, teria dentro de mim a certeza de que fiz o bem na maior parte do tempo? Estaria seguro de que vivi tudo, de que era hora de partir?
NÃO! Eu sei que não! E é isso que quero dizer a vocês, leitores. Tentem não dar tanta importância aos problemas, tentem parar de reclamar de coisas fúteis, tentem viver o carpe diem! E isso serve para mim também, claro.
Esta é minha mensagem de Páscoa, esse é meu pedido de Páscoa. Um pedido pela vida, apenas. Seja, sinta, sonhe, aproveite, diga, abrace, beije, ame – e viva, acima de tudo, não apenas exista.
sábado, 22 de março de 2008
Um tributo à vida
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Um comentário:
Sniiiiiiiiiiiifffffffffffffffffffffffff
Franchos,
Sniiiiiiiiiiiiiffffffffffffffffffffffffffffffffff
São 23:00... queria poder te ligar...
Foi o Moska?
Foi?????????
Sniiiiiiiiiiiiiiiiiiiifffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffff
O que aconteceu???????????????????
Vou te mandar uma mensagem...
Estou preocupada.
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