sexta-feira, 6 de junho de 2008

Subamos!

Elas brilham para mim. Lá, do seu alto lugar de majestade, brilham.
Ouço, distante, som de música. Deixo-a conduzir-me. Ela conduz.
Algo aperta meus dedos, tira-me do chão.
Fecho os olhos. Ofego. Silêncio.
Subo... O coração ensurdece, a voz emudece.
Subo.
Estou acima do topo, nuvens de algodão me envolvem numa atmosfera doce. Lilás.
Sinto paz. Muita paz.
Todo barulho, problema ou medo deixei para trás, ao pó da terra.
Nada carrego comigo. Sou eu. Somente eu.
Aqui sonho, pois aqui posso sonhar.
Vozes e liras convidam-me a uma dança. Aceito, e o faço com destreza incompreensível.
Estou mais leve...
Sentimento vivo de liberdade toma-me! Seria capaz de voar?
Deixo as mãos soltarem-se do que as segura... E o corpo não cai.
Misturo-me ao ar, ao vento, a elas.
Estou mais leve ainda.
Ao olhar não vejo os pés. Não vejo braços. Não vejo corpo.
Uma luz forte agora cega os olhos que já não tenho. Cega tudo.

Metamorfosiei-me.
Já não sou homem, e berraria se tivesse boca.
Sim, consegui alcançá-las!
Enfim posso tocá-las!

Sou estrela.



3 comentários:

Murilo Abreu disse...

Francisco.
Respondendo ao seu comentário no meu blog, o texto se trata de Brasília sim. Minha nova vida por aqui me traz grande inspiração, mas nem sempre consigo transferi-la para o papel.

Ando meio sem tempo mas vou passar a frequentar mais seu blog. Gostei muito do que li.

Abraços

Miss Lou Monde disse...

A hora da estrela!
Radiante e imperante no céu...
Espero que esteja olhando para mim!

Lupe Leal disse...

Gostei muito!
Gostei mesmo.

abraços,