domingo, 8 de agosto de 2010

Agosto-desgosto

Era inverno, embora suas mãos suassem. E era noite, mas o clarão do quarto e da inquietude a cegavam. Sem descanso, lá vem o desejo e a ambição de ter.

Eu queria ter bom humor. A seriedade anda me sufocando e eu me sinto com 50 velhos longos anos de carreira, pra não falar: "de escravidão".

Sem palavras impecáveis ou qualquer tom de beleza. Acho que a feiúra se instaurou nos meus dedos por um bom tempo. Eu, com a atrocidade estética sepultada nos dedos, tenho que ressuscitar um paraíso literário que não existe em mim, que nunca existiu.

É, estou arrependida das minhas palavras e do meu coração. Não sei que mão é essa que escreve com tanta independência, que nem ao menos pergunta se eu aprovo suas palavras... Não sei que peito é esse, furado, que deixa o coração partir e se esconder por aí, debaixo de alguma pedra.

Oh, chuva que não cai e não molha meu sertão que é mais tão do que ser.

Vai... e esquece o gosto da gargalhada.