quinta-feira, 19 de junho de 2008

Meu nome é sede

Ela olhou para o mar... O calor extenuante pesava sobre seus ombros como um fardo amarelo e divinamente dourado. Talvez ela brilhasses como aquelas ondas gigantes se quebrando uma após a outra. Ondas colossais que no fim eram dissolvidas em espuma. Reduzidas a silêncio, à calma.
Ela olhou o mar. Não, dessa vez ele não era azul ou verde. Cinza e gelado vinha de uma vez comer a areia e lamber seus pés. As gaivotas borravam o céu com sua melodia morna, singela. Os grãos, aqueles de areia, incrustavam em seus pés, grudavam em seus dedos e tentavam penetrar sua alma de alguma forma. Eufemismo... os grãos não queriam penetrar! Nunca! Roubariam, se pudessem a vida, a tristeza e a euforia. A necessidade do movimento para eles era fundamental.
O mar, a completude, a vastidão. Tudo mergulhado num eterno preto e branco cheio de horas, de medo, de espera. "Calma!" Berram as gaivotas lá em cima. Alma, alma, alma! São os grãos, em sua tirania parasita e aderente. O mar cheio das ondas e sua sede... A sede, em sua impotência diante do mar. A coragem se esconde... impossível sorver tanto sal, tanto silêncio. A sede paralisa e lhe corta as pernas. Para sempe condenada a olhar tanta água em sua inutilidade.

"
Golden waves
In all directions
I could lose my soul right here
Colour lights
On the runway
Makes a stranger feel unchained

I'm running after time and I miss the sunshine
Summer days will come
happiness will be mine
I'm lost in my words I don't know where I'm going
I do the best I can not to worry about things

I feel loose
I feel haggard
Don't know what I'm looking for
Something true
Something lovely
That will make me feel alive"

That is the
"song that lasts all night/And for the rest of our lifes". Nothing more appropriated...





quarta-feira, 18 de junho de 2008

CATARSE!!

O primeiro impulso foi escrever aqui. Ninguém me deu bola no msn, nem ninguém parece estar tão feliz quanto eu. Só quem vive isso pode entender. Só um verdadeiro intercambista do Rotary sabe as sensações tão únicas que vivemos quando se confirma o lugar para onde vamos, quando começam-se os preparativos reais da viagem, enfim, só eles - e agoro me incluo!! - podemos sentir tudo o que envolve esse momento.
Nossa, e depois de tanta luta, de tanta ansiedade, de ligações atrás de ligações a tão aguardada notícia veio de uma forma muito especial, com um sabor muito diferente para mim. Poderia dizer que ela foi tão esperada quanto um bebê a nascer, ainda na barriga da mãe, e tão alimentada quanto ele...
Agora é fato, é verdade: o intercâmbio, o MEU intercâmbio FOI CONFIRMADO!!
Sim!! Ele resistiu! Quase morreu, mas vive! Viva!!
Ao que tudo indica, eu irei mesmo! Hacia Méxicoo em Agosto!

Enquanto mais da metade do Brasil assiste ao jogo contra a Argentina, cá estou eu... vibrando sozinho, ao máximo, aguardando tudo de bom que eu tenho certeza que acontecerá comigo! Vibrando por poder verdadeiramente representar este país. Ser "o brasileiro", e não o anapolino ou o goiano, ou o que quer que seja.
É uma oportunidade única demais, eu sei! E eu tenho essa consciência, e fico feliz por tê-la! Agradeço muito a Deus...
Obrigado Deus!

É chegada a hora... Só um mês e poucos dias para tudo novo, para uma mudança muito, mas muito mais radical que a minha para Brasília... Meu Deus! É melhor nem pensar muito na despedida, na chegada lá, nos momentos de saudade...

Não tenho medo... Quis muito isso. Sei que algo ainda pode dar errado e na verdade eu nem deveria estar comemorando ainda, mas...


Sem mas...

O Filia existe para isso mesmo!

E ainda bem que exisite!

\o/

domingo, 8 de junho de 2008

Dentro, uma estrela, a estrela

Hoje, eu escreveria... sobre a dor. O seu gosto quente queimando a garganta.
Entre calor e frio, noite e estrelas... Uma delas eu escolho e separo em borboletas. Sobre o silêncio vazio que ela causa. Silêncio envolvendo todo o abismo, todo o medo. Destroçando a voz, a força. Empacotando todos sentimentos em um só. Caixinha de surpresas. É só abrir e sentir o coração parar no nariz. Eu respiraria, talvez.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Subamos!

Elas brilham para mim. Lá, do seu alto lugar de majestade, brilham.
Ouço, distante, som de música. Deixo-a conduzir-me. Ela conduz.
Algo aperta meus dedos, tira-me do chão.
Fecho os olhos. Ofego. Silêncio.
Subo... O coração ensurdece, a voz emudece.
Subo.
Estou acima do topo, nuvens de algodão me envolvem numa atmosfera doce. Lilás.
Sinto paz. Muita paz.
Todo barulho, problema ou medo deixei para trás, ao pó da terra.
Nada carrego comigo. Sou eu. Somente eu.
Aqui sonho, pois aqui posso sonhar.
Vozes e liras convidam-me a uma dança. Aceito, e o faço com destreza incompreensível.
Estou mais leve...
Sentimento vivo de liberdade toma-me! Seria capaz de voar?
Deixo as mãos soltarem-se do que as segura... E o corpo não cai.
Misturo-me ao ar, ao vento, a elas.
Estou mais leve ainda.
Ao olhar não vejo os pés. Não vejo braços. Não vejo corpo.
Uma luz forte agora cega os olhos que já não tenho. Cega tudo.

Metamorfosiei-me.
Já não sou homem, e berraria se tivesse boca.
Sim, consegui alcançá-las!
Enfim posso tocá-las!

Sou estrela.