segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Pessoalidade 1

Franchos,
Liga! Logo! Eu mal posso esperar, aqui há tantas possibilidades... que acho que sempre fico assim... meio com a sensação de quem perde o ar. Mas é claro, há muito o que dizer... Estou tão feliz por você estar cuidando do Filia. Sim, tenho muitooooo mesmo o que dizer. Estou fazendo acontecer pequenas madrugadas nesse lugar que chamo de casa.
Acho que estou chegando naquele momento da vida em que tudo fica translúcido e nítido e controlável. Isso porque perdi a visão já 4 vezes. Meus óculos se partiram e tanto me custaram monetariamente.
Eu ando sendo. Sabe? Sou aquela sensação esquisita que se tem quando uma pluminha encosta no nariz. Preciso me espirrar, tão logo quanto puder. Liga! Logo!
Não me saem da cabeça suas palvras... lembra daquele dia em que eu era só de chuvas e cinza? Você veio e tão perfeitamente disse que 2007 estava chegando ao fim, "está acabando, Rodayne".
Me acabando estou agora. Não somente pelo fato de que já releguei ao pior desprezo todas regras gramaticais. Não quero conjugar, não quero ser formal, não quero ser fácil, nem correta. Quero ser borrão. O borrão que você e tão poucos outros sabem entender, sem querer definir. Sem querer delimitar. Eu, acho que estou com mania de querer ser infinita...
Mas para fins lacônicos, diria que me encontro. E quase sempre bem.
Eu, sendo primavera.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Refém do Infinito


O que fazer? Só há lágrimas e dúvidas. Não entendo! Não entendo! As palavras estão se juntando, se acumulando em coágulos, entupindo os poros de meu eu. Já não tão meu. Minhas palavras, as minhas palavras voltando-se contra mim, deixando-me sem ar, ainda mais suplicante. Resolvo entregar-me, afundar no mais intenso absurdo.
O absurdo tem tantas camadas e níveis que me perco. Entregar-se é se render a um labirinto sem fim, cujas paredes de pedra me diminuem ainda mais. Mas não tenho mais forças. Não posso prosseguir. Toma-me labirinto, leva-me, engole-me. Já não me possuo, já não me quero. Dilui-me, quebra-me, rasga-me. Espalhe meu eu gélido por teu fulmejante chão, que espero estar faminto e voraz por mim.
Minha carne já não tem sabor, em minhas veias o que circula é medo. Ao digerir-me, terá impregnado em suas entranhas o mais vil dos sentimentos, a covardia encharcada de descrença e catatonismo.
Labirinto! Aonde vai? Volte! Não junte-se à multidão de olhos que riem com maledicência. Hipócritas, mal sabem que também estão perdidos, que também precisam de ti... aquele, aquela única solução para nosso pesar.
Sofro por não saber o que sou e quem serei, Labirinto. Já não tenho ninguém que escute meus redemoinhos de pensamentos oblíquos. Aliás, acho que nunca tive alguém. Nunca possuir é o mesmo que guardar vazios dentro de uma caixinha feita de oco. Talvez, Labirinto, eu seja isso. Aquele alguém a esconder vazios e inércias dentro do peito. Dentro dessa caixinha estúpida - peito! Alguém, apenas. Minha angústia é não saber quem. Ora vivo, ora morto, mas quem? Eu, existindo, sendo sem propósitos. Sem sonhos, cem suicídios diários.
Sabe, eu devo ser. Devor ser alguém além desse indivíduo guardião de nadas e colecionador de suicídios. Eu sou! Eu sou! Berrarei até perder a voz. Berrarei até, de fato, ser. Eu-pessoa-que-é, Eu-labirinto.


Francisco e Rodayne

sábado, 9 de fevereiro de 2008

E...

Sujeita à trilha sonora: "PI-PI-RIRIRIRIRIRIRGUETIIIIIIII! e CRÉUUUUUUUUUUUU, CRÉUUUUUUUUUU!" às duas da manhã, todas as madrugadas... de todos dias... até às quatro e quarenta antes do sol pensar em nascer pra mim. Não sei o que é dormir sem ter um pesadelo. Pesadelos esquisitos... tão mórbidos que tenho até medo de contar aqui. Ando dormindo de calça jeans. Patético assim.
Não... não tive carnaval... fiquei aqui em Goiânia... dormindo de calça jeans. Matando formigas, moscas e pedaços de mim. Acho que estou em um grau muito grande de revolta. Ando tão chata, tão crítica... insuportável até ao espelho. Não sei o que fazer. Não mesmo.
Só me resta ficar olhando pro Einstein da minha estante que em instantes parece ficar gigante demais pra mim. Já disse uma vez, meu quarto é um ovo, e ainda assim me parece gigante. AAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHH SOCORROOOOOOOOO, VOU FICAR LOUUUUUUCAAAAAA! PROMETO! Ando conversando até com minha própria mão! ¬¬ Não sei... acho que chatice aumenta... numa proporção 1 segundo/100000000 de pacotes de "insuportabilidade"... Ah, só diminui quando eu sei fazer um número grande numa base esquisita. E só fica bem pequenina mesmo quando minha nova e querida amiga Cássia vem me visitar de madrugada... E a gente passa o tempo. E não deixamos o tempo passar. E o mundo cabe dentro da minha garrafa térmica que eu uso para guardar água gelada. E eu ando tão feliz-triste. E eu ando roxa e azul. E eu ando com frio. E eu durmo de calça jeans. E eu perco meus óculos. E eu amo Elis. E eu canto Mutantes. E fui taxada de "doidinha" no mínimo infinitas vezes. E eu tenho um amigo laranjadinho. E. E. E.
Oh, e claroooo! O "e" mais importante! Vou ter uma amiga engenheira civil! Super chiques! Ela vai construir minha casa (caso eu não venha a morar dentro de um buraco cheio de teia de aranha, o mais provável)! Parabéns, Nathalyyyyyy!!!!!!!!! \O/ Essa notícia ajudou a diminuir a parte de mim que evito tanto!
^^

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Bisturi pra quê te quero!


Toda vez que vou à academia é uma verdadeira tortura. Afinal, por que colocam tanto em nossa cabeça esse modelo de beleza? Por que tenho que ficar forte, por que não posso ter barriga, por que "tenho" que fazer tantos abdominais?
Ali, sozinho, naquele bicicleta insaciável, amaldiçoo o passar do tempo. Sei dos avanços, conheço bem os progressos... mas há muito tempo era a fartura de carnes que caracterizava o belo nas mulheres, por exemplo. Cada gota de suor custa tanto e pergunto-me todos os dias se vale mesmo à pena todo o esforço. A resposta que me vêm à cabeça é sempre a mesma: ator fora de forma não existe. Administrador também tem que impor presença.
Mas é cruel, confesso. O prazer da comida é insubstituível. Deixar-se tomar pela preguiça de sair de casa e ficar algumas horas repetindo movimentos como um robô é tentador. Desistir é pensamento tão freqüente que duvido da "pura convicção"afirmada por alguns...
Que fazer?
Veio em mente o porquê de tantas pessoas aderirem ao bisturi... É tão mais fácil, é tão mais prático. Você tem gordura. Algumas horas depois, como mágica, não tem mais! Nada de milhares de minutos na esteira, nada de tédio, nada de cansaço.
O único porém todos já sabem...
Esse texto pode até soar narcisista ou raso, eu sei. Entregar-me ao anacronismo seria melhor. Ficar fora do tempo, da moda ou de uso. Menos doloroso também. Ser para si. Esquecer o Outro. Mas quem consegue?
Resta malhar (por que diabos tinham que inventar esse verbo?) e acreditar que eu quero esse corpo, e não estou fazendo isso para os outros.
Agora o fato de já estar cansado de meu braço e companhia ilimitada doerem, não posso negar. É bom que me acostume logo, ou não terei forças para lutar contra ela. "Ai que Preguiça!" (com "p" maiúsculo mesmo).

sábado, 2 de fevereiro de 2008

"O mar apertado num copo d'água" - TM

Bolhas nos pés, folhas que acabam na madrugada, considerar o Bretas minha segunda casa e saber que sou parte do mar... Eu, um ser diferenciado. Com limites que me definem, que me distinguem do meio onde me planto, onde faço acontecer raízes... Estou assim. E estou cansada, e não cansada daqui, ou de mim, ou dos novos amigos adquiridos... É que a fina membrana que me tornava um ser único se arrebentou... feiamente agora... E estou cansada, com pés tortos, mãos hipertrofiadas, rosto vermelho, cabeça branca... E estou reticências hoje, e sou um anacoluto, e estou cansada, cansada, cansada, exausta, pregada... porque não consigo encontrar a paciência necessária e nem a sutileza... e nem nada.

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E há sempre os lindos diálogos que escuto felizmente na minha nova casa:

Jessika: O que vamos comer hoje?
Cássia: Bunda!!!!!!!!!!
Jessika: - Não, bunda engorda...