sábado, 30 de agosto de 2008

Vivências

Estar no México é maravilhoso, inusitado, inacreditável. Ainda abro os olhos um pouco assustado, tardando a crer que estou em outro país. Tão perto e tão longe do lugar que sempre chamei de meu, de lar, de onde passou-se toda minha história até poucos dias. Digo perto pois a distância é facilmente encurtada com alguns cliques. Longe pois não há clique ou parafernália que resolva o grande problema que explica-se sozinho e cabe nesta pequena palavra: saudade. Ainda que todas as novidades, amizades e descobertas não tenham deixado minha mente ser tomada por ela, temo que o tempo abra mais espaço.
Sim, estou realizado. É como pensei que seria, é ainda melhor. Cada dia com seus altos e baixos, como é mesmo a vida. Na escola, em casa, no teatro ou com os outros intercambiários a tristeza não chega. É no banho ou no quarto que as lembranças e os pensamentos voam, cheios de preocupação, transportando meu espírito para outros lugares.
Aqui não há a limpeza e organização impecáveis da Europa. Mas há hospitalidade, relações sinceras, cuidado, verdade, calor. Há abraços, brincadeiras e comidas saborosas. Há muita cultura e um aprendizado constante. O espanhol, tão rápido e divertido. Os lugares lindos, de tirar o fôlego. O que ainda está por vir, sentir, desvendar... Há tanto, tanto, tanto!
Sou grato a Deus, pela grandeza do presente dado. A meus pais, por tamanha confiança e força. A meus irmãos e amigos, pela existência, apoio, risos, companheirismo. Sem todos vocês nada teria graça. O México, tão colorido, seria em preto e branco. Minha vida, também colorida, seria em preto e branco. Obrigado por poder compartilhar com vocês, pessoas queridas, o que chamo de minha história.
Vocês são minha cor. Sem vocês, seria incompleto.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

De um tempo atrás

Brasil, Goiás, Anápolis, Nobel, mesa, guardanapo de papel, música, torpor...
"Na verdade só preciso registrar tudo que se passa em minha cabeca nesse momento. Só eu sei o que vivo agora. Nao preciso de ninguém neste momento: Só preciso de mim, de meus últimos instantes com essa música, com essas pessoas. Cada gesto entoa como pensamento. Danco furtivamente, dou tudo de mim. Hoje nao me importam os olhares alheios, seus julgamentos, restricoes. Quero a mim, quero sentir o especial que este momento é. Suas palavras, Luiz, fizeram efeito. Por isso nada vejo de pecado ou erro em aproveitar. Simplesmente. A vida é uma só. Uma apenas, e apesar de tantas contradicoes, precisa ser notada, precisa de fato ser vivida. Agora a faculdade, o trabalho, o futuro, tudo, nada me importa. Quero sentir isso que sinto. 'Sentimento de liberdade toma-me. Seria capaz de voar!?'. SIM, SERIA CAPAZ DE VOAR!!!



domingo, 17 de agosto de 2008

Saudades

A saudade não vai embora, o domingo vira segunda que vira sexta e já vai, já foi. Olha, o tempo anda louco, Toulon... Eu escreveria muito sobre o que tem se feito verde dentro de mim e logo se desfez sobre o sol dessa cidade. Mas estou na Lan house que fecha daqui há seis minutos, as teclas estão grudando nos meus dedos e tem uma pessoa estranha que fica, descaradamente, olhando o que eu estou digitando (mais deliberado impossível)!

Só me resta mesmo mandar os suspiros e aquele sentimento de saber enxergar a vida. Qué tudo estea perfecto aí, mi amigo!

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Grito no travesseiro.

Hoje, agora há pouco, fui à reunião do Rotary Club patrocinador de minha viagem. Fui fazer um agradecimento, apenas, sem saber a repercurssão que palavras bem ditas e sinceras podem acarretar...

Estou muito feliz. O reconhecimento de várias pessoas, através de aplausos, abraços, felicitações ou votos de sucesso é algo inexplicável. É por isso que todos lutam para chegar ao topo - o sentimento de reconhecimento por parte dos outros tem um sabor exótico (e muito bom).
Pessoas que nunca vi vinham me desejar boa sorte, aconselhar, parabenizar pelas palavras. "Filho de peixe, peixinho é!" ou "esse menino vai longe!" foram frases entreouvidas por mim enquanto conversava.
Não tento ser convencido. Pelo contrário, nem sinto-me merecedor de tudo isso. Mas é que dá vontade de contar, de dividir a euforia, de registrar!

Você está pronto para este intercâmbio. Que alegria senti ao ouvir essas palavras, acompanhadas de um olhar confiante, satisfeito. O que um singelo parabéns não é capaz de fazer conosco...!

É nesta a atmosfera que me encontro. Dias muito rápidos, compartilhados com a família e amigos, sem espaço para tristeza ou sofrimento antecipado. Dias de sorrisos leves, abraços carinhosos, lembranças.

É nesta atmosfera que vou. E que vôo.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Quatro dias.

Vou para me tornar uma pessoa melhor. Não quero e nem pretendo ser corrompido. O que é a corrupção? Talvez ainda não saiba bem, mas aquilo que vai contra meus valores eu recuso, recuso, recuso. Um ano transforma uma pessoa. Espero sim voltar transformado - mas repito, para melhor. Sei que muito depende das companhias, dos lugares, das escolhas. Quero escolher bem.
Sei da família que deixo para trás, do investimento, sei da confiança depositada em mim e das lágrimas e sofrimento que surgiram só por minha causa. É por isso que não quero me deixar levar pela maré. De forma alguma devo ser comparado... "Porque ela foi assim ou porque ele fez isso." É o meu ano e talvez não faça tudo-tudo o que quiser... Se deixarei de aproveitar ao máximo? Não creio. Aproveitarei ao máximo, sim! Curtirei cada detalhe, cada dia, cada situação. Aprenderei tudo o que puder, e serei feliz demais neste ano. Lutei, consegui e agora desfrutarei da forma que quiser, sem pressões ou expectativas dos outros. Ninguém vive somente para si, e eu - ainda totalmente dependente - tenho não só a obrigação, mas o gosto em obedecer e honrar quem me deu esta oportunidade.

É por isso e por eles que não farei tudo-tudo, e ainda assim viverei tudo.