quinta-feira, 17 de abril de 2008

Dia em que as palavras não

E nessa atmosfera de calor seco depois de um dia esquisito que eu fico assim, meio sem ar. Sim, vieram aqueles anos que eu tanto evitava em ter. Os 18, lembra? Acho que nunca cheguei a confessar o meu medo sobre tê-los. E agora que os tenho fico meio assim... com um copo de coca cola na mão e com um vazio na outra. Talvez eu esteja fazendo muito drama sobre isso. O melhor seria nem pensar sobre o quanto estou adulta agora... a quantidade de falhas que vim acumulando... a deformação que elas fizeram em mim... o fardo, as obrigações, o espelho, o orgulho. Não, não é uma crise. Não, não sei...
Talvez seja o calor, ou o sono, ou o vento que nunca sopra. Talvez sejam os livros, aqueles, Franchos, que eu queria ler na biblioteca. Na nossa biblioteca-esconderijo daquela sexta de fim de mundo. Talvez seja essa obrigação que despenca do céu e me berra aos ouvidos o tanto que preciso ler e ser e ver e tudo... tudo. Chega uma época, na qual você olha tudo com um desapego... as pessoas, as estradas e as conversas tão ocas e tão embrulhadas em celofane amarelo. Essa época é a atual. Indiferença.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

"O" dia

Hoje peguei o ônibus das 5h da manhã para retornar à Brasília, e para isso tive que acordar às 4h30. Não estou reclamando disso, pois dormi durante a viagem.
Ai, ai... Antes ter ficado acordado e com sono - furtaram minha carteira enquanto dormia e só vi depois de já ter saído do ônibus e ter pêgo o outro!
Ingenuidade, burrice, whatever...
Agora sem lenço, sem documento e sem várias outras coisas, eu vou (?).
Dia comprido que enfim quase se acaba.
Mas isso é muito pequeno, acontece mesmo. Foi como disse há alguns dias: diante de tudo que tenho, não cabe a mim reclamar de nada.
Amanhã será melhor. =)

A opção está aí: México.
Será que eu vou? Será que eu vou?
I don't know (yet).

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Pessoalidade 3

Acho que te criei dentro da minha mente. Um amigo exato, para dias exatos. Medida certa na profusão de tantas idéias, tantos pensamentos, tantas angústias. Era o primeiro ano. Era eu e meus quinze mal feitos anos de torpor intelectual e um poema sobre duende verde. Era ele, de outra sala, primeiro "D", sem óculos e com um sorriso no rosto a dizer que tinha se arrepiado ao chegar ao final do meu texto.
Arrepiado. Nunca alguém poderia me deixar mais feliz com uma simples palavra. E vieram dois anos. E vieram as perguntas, o bilhetinho sobre como escrever sobre um garoto que beijou a parede e loucuras minhas. Você, quem mais me deu o direito e a coragem de ser. Porque você soube ser. Ser quem entende, quem gosta das minhas músicas e dos meus escritos bobos. E das minhas conversas, e dos meus livros.
Amigo, amigo... desses que cabem dentro das digitais, daqueles únicos, daqueles que se situam nas mais profundas camadas da harmonia amistosa de uma amizade que nada exige e simplesmente é. Sem "apesar de". Simplesmente é, sem concessões e adversidades.
E há mais... bem mais... e fica para a 4...

domingo, 6 de abril de 2008

Vertigem

Faz-me falta o ainda desconhecido
Não me satisfaço, nem me encontro
"Uma parte de mim é multidão
Outra parte estranheza e solidão"
Desejo de além
O além que a vida traz
Aquele mais, aquele completo
"A vida passa num instante,
e um instante é muito pouco pra sonhar..."
Não ter medo de dizer, de arriscar
De realmente viver intensamente
Preciso compartilhar os mesmos sentimentos
Preciso encontrar
Simplesmente preciso.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Pessoalidade 2

Rodayne,

Escrevo-lhe para reforçar o que já disse naquela sexta-feira - que nunca encontrarei alguém como você. Quando uma vez, em uma de suas redações, você disse que "era aquela, que são tantas", achei muito interessante (e já é de seu conhecimento o quanto gosto desse início colossal). Mas hoje repito - pois acredito que já te disse isso naquela carta, não tenho certeza - que isso não é verdade. Não existe ninguém igual à você. Ninguém.
É claro que você poderia estar se referindo a si mesma, às várias Rodaynes que podem existir dentro de você. Mas isso também não é verdade, pois sua personalidade é única, tudo em você é único. Seu jeito de pensar, suas emoções, sua criatividade, suas deduções, seu comportamento com os outros, sua dedicação, sua escrita, seu conhecimento de mundo, seus sonhos... A descrição do blog já diz tudo: Você é a verdadeira pão-de-queijo quadrado. Sim - adequada quanto, normal quanto, clichê quanto...
Aqui em Brasília, tenho achado difícil avistar pessoas na minha sala que me corresponderiam como você e os amigos de Anápolis correspondem. Quando fora do Ensino Médio é que se vê que as relações ali sedimentadas serão difíceis de se repetir na faculdade. Ao menos na UnB, aonde os horários são diferentes, os lugares de residência dos amigos são diferentes e se convive com a idéia de que aquelas pessoas todas podem ser efêmeras, pois há um intercâmbio chegando.

A cada dia valorizo mais sua amizade. A cada dia acredito mais no pra sempre que uma vez duvidei. Ele existe, ainda que com uma forma própria, ele existe.

Espero que goste do presente aqui guardado.

Abraço!

Francisco Filho