quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Assim

Te regalo mi cintura,
Y mis labios para cuando quieras besar,
Te regalo mi locura,
Y las pocas neuronas que quedan ya.

Mis zapatos destenidos,
El diario en el que escribo,
Te doy hasta mis suspiros,
Pero no te vayas más.

Porque eres tú mi sol,
La fé con que vivo,
La potencia de mi voz,
Los pies con que camino,
Eres tú, amor, mis ganas de reír,
El adiós que no sabré decir,
Porque nunca podré vivir
Sin tí.

Si algún día decidieras,
Alejarte nuevamente de aquí,
Cerraría cada puerta para que nunca pudieras salir.

Te regalo mis silencios,
Te regalo mi nariz,
Yo te doy hasta mis huesos,
Pero quédate aquí.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Outra vez sinto os grãos de areia machucando o meu rosto. Mais queria perder-me nesse deserto imenso. Deixar que os ventos me tragassem e me diminuíssem ao pó que tantas vezes desejei ser. O sol poderia queimar minha pele e se todo o meu corpo derretesse, não me importaria. Apesar dele, sinto pesar. Sinto frio.
Você já sabe que nem sempre danço feliz, amigo. Às vezes os braços movem-se tristes e lentos. Falta força e impulso nas pernas, os joelhos fraquejam. A paixão que brilha intensa nos olhos de Billy torna-se opaca nos meus. Aquela máscara que te falei há pouco, lembra-se? Nem sempre consigo mantê-la em minha cara. E mesmo dando saltos altíssimos, sinto-me, constantemente, amarrado ao chão. Por quê? Sou tão tolo e fraco.
Quero e preciso deixar-me levar pela maré. Eu já sei... Mas estou cansado e não consigo descansar.

I am pilling up some unread books under my bed
And I really think I'll never read again.



E a vida continua... alheia a mim mesma.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

12/02/2007

O outono escorria, lento, plácido e pegajoso. O sol invadia o quarto com seus raios absurdos, radioativos e tão cortantes, tão vacilantes... Talvez não quisessem carregar os objetos fosforescentes do quarto... talvez, se negassem em penetrar os objetos fosforescentes do meu coração. Às vezes, acontece do astro não querer compartilhar seu brilho, às vezes, ele só quer mergulhar em egoísmo e se esquecer, se perder.

O garoto do cubículo chora por dentro sorrindo por fora. Ele não reluz, não aparece... É um total em sua nulidade alva refletora e por isso, olha. Olha o brilho que vai sendo chupado pelo interruptor. Brilho que nunca absorverá por causa de sua insossa brancura infeliz...

Vazio. Oquidão por fora. Nêutrons, elétrons fora deles, envolvendo-os, abraçando-os. A eletrosfera não é um lugar, é um carinho...

Ele, tão grande, os átomos tão pequenos... Até a miniatura ínfima tem companhia, como a imensidão não tinha? Como podia? Como sustentar essa condição agonizante de ser só?

Paredes, cubo, prisão. E a liberdade nem nascida, gritava nêurula ainda: "Não me aborte!"... Sua garganta colabada, envolta em arame farpado, mal podia dizer alguma palavra de consolação àquele embrião da dor que nascia dentro de si.

O tempo, bolinho azul feito de gargalhadas cínicas, se compadece e lhe dá uma idéia. A boca seca do menino procura a superfície acimentada, se encontra nela e feliz se abandona no tão procurado alento...

Até tijolos amam.

***


Esse foi um texto qualquer feito quando eu ainda tinha 16 anos... Por mais imaturo que seja minha visão do mundo na época, me fez cosquinha na alma, ao reescrevê-lo aqui.
Ando procurando em mim essa menina bobinha que achava a solidão algo profundamente poético e nem um pouco perturbador.

Os dias? Andam pálidos... mas pelo menos ainda são dias.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Protagonista

Zapping. Os dedos nao cansam. Vao mudando de canal, insatisfeitos, insasiáveis. Um, dois, três. Detêm-se rapidamente ali. Nao, melhor outro. Este? Sim, esse. Ufa! Cinco minutos ou algumas horas de entretenimento.

Assim está tudo. Intenso e passageiro. Talvez em dimensoes ainda maiores - cada canal, um dia. Altos e baixos, preciosidades e coisas descartáveis. Exatamente como na tv.

Tento deixar no filme de final feliz. Aquele cuja história, apesar de às vezes parecer demasiado sofrida, emociona da primeira à última fileira do cinema. Aquele que tem acao, romance, drama, comédia. Um toque cult-alternativo, o filme perfeito. Tento, porque tal obra provavelmente nem exista.

Mas tento. E apesar de nem sempre ser capaz de juntar tudo, vivo cada fragmento, nao apenas os assisto. Depois, quando olhe para trás e veja as tantas tomadas, eu mesmo farei a edicao e conseguirei o que agora nao posso fazer: ver o todo com clareza.

É que minha mente anda em outra(s) estacao(oes) e sao muitas decisoes influindo na capacidade de raciocínio lógico. Nem tudo sao flores, minha grama nao é mais verde que a sua... Só que já nao me preocupo.

Estou leve e ultimamente nem o principal vilao da minha vida, o futuro, tem conseguido tirar-me a paz. Das duas máscaras teatrais, escolhi a que sorri.