segunda-feira, 24 de março de 2008

Um tributo à vida [2]

Luto, dor, tristeza, lágrimas, incompreensão, pesar, orações, revolta, apoio, mágoa, incerteza, choque, vazio, dúvida, fé, fraqueza, força, negação, aceitação...

Foi o dia de ontem... Fui eu... Foram tantos...

Agora os pensamentos são cinza, nublados, frios...
"Tudo fica tão pequeno, tão insignificante..."

Um segundo era o que o Homem precisava.
Um segundo foi o que Deus quis...
Que seja feita a a Sua vontade, assim na Terra como no Céu.

"Aos olhos do Pai
Você é uma obra prima
Que Ele planejou
Com suas proprias mãos pintou
A cor de sua pele
Os seus cabelos desenhou
Cada detalhe
Num toque de amor"

"Há esperança para o ferido
Como árvore cortado, marcado pela dor
Ainda que na terra envelheça a raiz
E no chão, abandonado, o seu tronco morrer
Há esperança pra você!
Ao cheiro das águas brotará
Como planta nova florescerá
Seus ramos se renovarão
Não cessarão os seus frutos
E viverá "

Vá em paz, Daniella.

sábado, 22 de março de 2008

Falta meia hora...

para a páscoa. E eu aqui... olhando para o teto - speachless. Acho que estou sendo parasitada por algo. Um bicho aqui dentro. Um bicho vivo que me rói, me sufoca, intoxica...
Estou esperando a revolução. Estou esperando algo nascer em mim e matar esse desespero, esse nó na garganta...
Dessa vez, na minha boca o gosto do rock'n'roll se dissipou de vez e... e...
só há o silêncio.

***
Pesar.

***

Sobre quando eu me fechei num lugar oco de mim e esperei uma ligação para me dizer que tudo com seu primo está bem.

Um tributo à vida

Esta é a primeira páscoa que recebe um registro escrito. Queria eu ter somente coisas boas para dizer nesta inauguração, mas as circunstâncias em que não só eu, mas muitas pessoas as quais estimo muito se encontram, impedem-me de ser mais otimista.
A alegria de estar em Anápolis depois de duas semanas fora, e de reencontrar e conversar com os amigos divide lugar dentro de mim com uma profunda tristeza e amargura. Uma pessoa que estimo muito sofreu um grave acidente, e espera, agora, neste momento, um milagre que lhe restitua o que quase lhe foi tirado. Logo que cheguei pude ir ao hospital, e a imagem daquela família confiante e unida - pela fé, pelo amor, pela vida - apesar do choque, das lágrimas e do abalo, emocionaram-me muito e me fizeram pensar em coisas há algum tempo esquecidas por mim.
Além de ser páscoa, hoje é aniversário de meu pai, e embora os risos e sorrisos estampem meu rosto, não consigo deixar de pensar no sofrimento que meu primo, por exemplo, está passando. Imagino que toda a poesia que existe nele esvai-se por alguns momentos toda vez que vê sua mãe ou seus entes queridos sofrendo... A vida é tão valiosa e tão efêmera para não a aproveitarmos... O carpe diem voltou à minha mente com tanta força que me culpo por não viver cada dia como se fosse o último. Difamo a vida com tantas reclamações inúteis – reclamo por ter aula depois do almoço, reclamo por ter prova segunda, reclamo por não ter tanto dinheiro como gostaria, difamo-a tanto que chego a envergonhar-me de mim mesmo! Poxa, eu tenho tantas alegrias em minha vida que deveria agradecer a Deus a todo momento!
À tarde, eu e meu irmão passamos por uma situação que me fez refletir ainda mais sobre isso – íamos passar no sinal verde quando um carro, descendo a rua, atravessou o sinal vermelho e quase nos acertou... Se acreditasse em destino, diria que era ele me dando um sinal, dizendo “Ei, ACORDE! Você vive, tem saúde, estuda, come, tem o que vestir, tem pais, tem tanto! Por que reclama? Por que não luta para que outros tenham o mesmo ao invés de querer mais, mais, mais?”
E se aquele carro tivesse batido em nós, e se eu tivesse morrido? Teria eu aproveitado ao máximo cada instante de minha vida? Teria dito a quem amo que os amo, teria dentro de mim a certeza de que fiz o bem na maior parte do tempo? Estaria seguro de que vivi tudo, de que era hora de partir?

NÃO! Eu sei que não! E é isso que quero dizer a vocês, leitores. Tentem não dar tanta importância aos problemas, tentem parar de reclamar de coisas fúteis, tentem viver o carpe diem! E isso serve para mim também, claro.
Esta é minha mensagem de Páscoa, esse é meu pedido de Páscoa. Um pedido pela vida, apenas. Seja, sinta, sonhe, aproveite, diga, abrace, beije, ame – e viva, acima de tudo, não apenas exista.

sexta-feira, 21 de março de 2008

Quando você acorda no meio da madrugada...

porque um pirenÓÓÓide resolveu falar com você, então, fica subentendido que é hora de largar mão de convenções e abraçar de vez a birutice. Mas olha, é só agora que isso está acontecendo... Prometo.
***
Agora, sobre a grande crise que não expliquei... Chega a ser absurdo, mas a verdade é irrefutável e intoleravelmente desesperadora: não importa o quanto você se ache burra, sempre vão existir dias em que alguém vai lhe fazer curvar a cabeça e se recolher no seu canto de pessoa que não sabe sobre heteroestruturas de semicondutores.

***
Pontos:
Máximo: menina com camiseta escrito EXATAS quer fazer medicina.
Mínimo: conheci um verossímel castelinho branco de bruxinha.
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Para fazer chorar:
De rir: ser chamada de Ptchulinha em plena aula medieva por seu querido professor Lwyzx.
Muito: dormir todos os dias ouvindo CRÉU e suas variantes (implicito a versão imperdível do Créu acústico)
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Sobre aquela vontade de furar o próprio tímpano:
Ah, e alguém me dá um Resfrenol aí, porque eu precisso entrar em coma o quanto antes... Dormir pouco causa um retardamento moral, espiritual e intelectual irreversível! Créééééu.



sábado, 15 de março de 2008

O trote. Ou pré-trote?

Era aula de Introdução à Ciência Política. Por volta das 9h30, eles chegam - os veteranos - soprando um trombone de plástico, gritando, batendo na porta, sedentos por revidar o trote que levaram no outro semestre. TROTE! TROTE! CALOURO BURRO VAI MORRER! - pregam na janelinha da porta. O professor pede que esperem. Tenta terminar a aula, dá sorrisos amarelos, mas quase ninguém ainda presta atenção. Entram. Os calouros ficam apreensivos, mas vê-se olhares contentes . Mandam todos sentarem-se, começam a distribuir os apetrechos - diademas rosas, roxos, com florzinha, com orelinhas de minney, asinha, borboletinhas... Uma plaquinha com o símbolo de Administração é dada para cada um. Escrevem "Chico" na minha. Passam batom em todos, fazem monosselhas nas meninas, pintas nos homens. Mandam sair. Duas filas são formadas, meninos e meninas. Veteranos e veteranas (sim, elas não ficam de fora), dão as ordens. Andar de elefantinho, cantando "Economia, bando de otário, não serve nem pra estagiário!", "Economia, preste atenção, a Adm. é o seu patrão!" ou "Eu sou calouro, eu sou mané, dos veterano eu beijo o pé", e suas variações... Jogam água, pedem que cantem mais alto. Quando viam que nossas costas doíam, davam uma pequena trégua - "Boneco de olinda! Quero ver o boneco de olinda! Na-na-na-na-na-na-nãã, na-na-na-na-na-na-nãã...!". Da Ala Sul à Norte e da Norte ao centro andamos, cantando, abaixando mais, fazendo elefantinho de ré, rindo muito de tudo aquilo. Todos olham, apontam, riem. Vejo meu irmão, João Marcos. DAYANA!! - grito quando a vejo. Terminado o tour pelo minhocão, levam-nos à uma arena. Posicionamo-nos e recebemos novas instruções: Ir à frente, apresentar-se, responder às perguntas e dar um gole de cachaça (caso beba), ou virar um copo de leite (caso não beba). Todos vão, descontraídos, sorridentes. Na minha vez digo que escolhi Adm. pelo programa "O Aprendiz" e porque quero ficar rico (brados), que serei o próximo Roberto Justus, que os goianos dominarão o mundo (manifestação de 2 goianos!), que sou solteiro e finalizo bebendo a cachaça ruiiiim demais. Terminada a apresentação, é hora do leilão de veteranos(as). A compra lhe dará direito a ir ao futuro churrasco e aos livros e xérox que os "comprados" quiserem dar ou vender mais barato. Eu é que dou sorte, e arremato Gabi Maranhão por 60 reais. Espanto?? Não leram que dei sorte? Houve veteranas que saíram por 135 reais! 135!! E ela ainda tem a maioria dos livros - foi um ótimo negócio! =)
Já queimados pelo sol, esperamos o fim do leilão, que continuava a todo vapor: "Ouvi 80? 85? Alguém dá mais? 90! 95! 100?!! Dou-lhe uma, dou-lhe duas... Vendida!!"
Por fim, recebemos chocolates, balinhas e uma abobrinha. Carregá-la na mão e usar o diadema e a plaquinha-crachá por uma semana, são as ordens finais.
Assim sucedeu meu pré-trote (ou já seria o trote?) - ninguém sabe ao certo. Gostei muito... Diverti-me, aprendi como farei no 2º semestre, conheci mais a turma. Depois, já de rosto limpo, mas com os apetrechos ainda no corpo (afinal ninguém ousaria correr o risco de ser visto sem no mesmo dia) fomos almoçar, eu e alguns amigos. Era aula de Introdução à Economia. Por volta das 14h, ele chega – o professor – e começa a aula.

Sobre aquela vontade de socar a parede para ver se ela grita...
Crise.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Filia por UnB


Foi muito mais difícil do que pensava. Deixar minha mãe às lágrimas e lutar contra as minhas próprias não foi fácil. Fizemos uma oração e com o coração apertado, uma verdadeira batalha de sentimentos sendo travada dentro de mim, entrei no carro para encontrar-me com o novo. Ali, me veio à cabeça uma música... "Deus cuida de mim, na sombra das suas asas, Deus cuida de mim... Eu amo a sua casa, e não ando sozinho, não estou sozinho pois sei... Deus cuida de mim." Não acredito ter sido apenas coencidência. Não, Deus falou comigo naquela hora. Queria me confortar, dizer que tudo ia ficar bem...

Ver o sofrimento de minha mãe doeu. Não consegui falar tudo que quis, não consegui dizer o quanto a amava. Os gestos e olhares falaram por mim, mas preferia que as palavras não tivessem fugido de minha boca.

Houve um momento em que, em seu quarto, peguei uma fotografia de quando era pequeno... Foi uma atitude impessada, pois só despertou mais tristeza nela e um sentimento estranho em mim. Pensei em como tudo passa tão rápido, como o efêmero torna-se real e sacode sua consciência em horas assim. Parecia ontem aquela foto tirada no Peixe, ou a outra com o uniforme do Pré no colégio Auxilium... A lancheirinha, o rosto singelo, puro... Nostalgia.

Agora estou melhor. É quarta-feira, conheci tanta gente, tantos tipos, fiz amizades! Gostei das aulas, da faculdade, da independência... Os amigos de Anápolis são insubstituíveis, claro. Sinto falta da cumplicidade que tenho com eles... Mas fazer novos, e descobrir interesses em comum, passeando pela faculdade, matando tempo no CA, almoçando no RU, discutindo professores e matérias têm o seu sabor especial.

Passar mais tempo com os amigos outrora aqui conquistados também é um presente. Rir juntos e passar horas na casa da Celiane, Dayana e Ana Paula é muito bom. Até um sabonetinho feito especialmente para mim eu ganhei. (Celi, adorei o presente! Nunca mais o confundirei com meu celular!)

As expectativas são boas. Diria ótimas. Apesar da ausência de alguns professores e do grande tempo disponível para o ócio (que será suprido em breve), sei que irei gostar. Assim espero. E assim sigo a nova vida acadêmica.



domingo, 9 de março de 2008

Meu Deus... e as ninfas?

Meu Deus! E as ninfas do Tejo, onde estão? E as ninfas da minha alma? Meu Deus!
Foram, foram todas embora!
Agora só tenho... as lembranças delas em alguns pseudo-fragmentados-poemas por aí...
E, oh!
"Pequei, meu Deus, não porque hei pecado"
Você se lembra, Franchos?

- Rodayne, esse poema aqui é barroco?
- É sim!
- Ah, é mesmo, olha a cara dele de "Pequei, meu Deus, não porque hei pecado"...

Ah... que saudades...

Ah, e claro... Meu Deus, e meus amigos na aula?

- Olha, Rodayne... eu queria saber fazer uma calculadora!
- Mas... ah, você vai se formar e vai conseguir fazer um coração de plástico! Vai revolucionar o mundo!
- Ah... -sobrancelhas no queixo- Eu queria mesmo saber fazer uma calculadora...

segunda-feira, 3 de março de 2008

E o que fazer com este mar dentro de mim?

Meu nome é... Turbulência.