segunda-feira, 3 de maio de 2010

La valse des monstres

Perguntaram-me: e o monstro?

Agora, ele dorme num silêncio todo feito de azul e sol. Com pesados olhos fechados, ele sonha, deseja.

"É só esperar... Não tarda muito e ela mergulha novamente na teoria tão paralisante daquele mar dos que sofrem. E ela se desindividualiza... é só! E a rigideza de metais das minhas garras voltarão a fincar e escavar sua alma. E virá a inatividade definitiva dos sentimentos não mais usados. Meu massacre? Não demora".

Monstro, monstro. Tua valsa é quimera que geme, que dói. É cântico delicioso e veneno tão doce, tão lento. Conheço tua paciência áspera e vã. Sei como me afetas a atitude e a razão.

Mas o resto do mundo capota num sonolento e medroso caso com a velhice.

E eu, apesar de ainda te temer, não sou fragor de vomitar fins.

Vomito baleias feitas de solidão.

Então, o monstro esfrega os olhos, aperta seu embaraço e me chama para bailar.

Sim, meu monstro. Imprudente e vil como um histrião, mas valsa como ninguém...

Um comentário:

Jey Cassidy disse...

é bom ver vc voltando pra dentro de si de novo.;)