quinta-feira, 7 de maio de 2009

A minha flor no asfalto

24 dias. Estou morrendo de medo, amigos.

Da despedida, dos tantos abraços que já comecei a dar e que doem. Doem tanto. Doem demais. Como pontadas, lágrimas de tristeza, não sei. É difícil demais. É difícil até dizer, expressar em palavras a intensidade dos sentimentos, a grandeza das emoções, dos momentos, o estado do meu coração.

Se já era intenso, agora é mais, muito, muito mais. Luto com a saudade não desejada. Não quero senti-la, mas já começou. Já começou, já está aqui impregnada dentro de mim e ainda nem fui embora. Estou desesperado.

Ah amigos! Quisera que me entendessem. Ao pisar meus pés outra vez nesse país tão novo, encontrar alguém capaz de acolher as lágrimas com compreensão. E não deixar morrer o que nasceu aqui. Nem esquecer os suspiros, os sonhos. Poder enxergar com olhos sábios a felicidade e a tristeza. Comparti-las e desfiá-las sem medo. Mas temo. Temo afundar-me na solidão do quarto escuro e do travesseiro frio. Os urubus imóveis nos telhados. Temo os julgamentos, as diferenças. Temo sofrer.

Sim, estou diferente. Extremamente diferente. Sou outro, doa sabê-lo ou não. Mas também sou o mesmo. Cresci, aprendi, experimentei, chorei e ri. Cansei-me, desejei mais. Descobri a liberdade e vivi! Ah, vivi tanto!

Vivi uma vida antes. E agora? Agora começo a viver a de depois.

3 comentários:

Estrela disse...

Hoje vi, és outro. Tens nome e sobrenome, és outro. E este outro se faz de tantos outros, tanto de si mesmo, tanto do que desconheces. És outro, és a melhor porção de ti mesmo.
Beijo.

Lupe Leal disse...

é isso. muito sincero esse relato. sinto que disse tudo, do engasgado ao necessário.

a vida de depois também encanta.

vivamos.

Miss Lou Monde disse...

mas, Franchos... deve ser bom ser outro. a vida aqui será outra e uma coleção de vidas você vai ter... novas pessoas, novos sentimentos e cores... e beleza... e é isso sim que é viver... participar do teatro do mundo!

é apenas um prelúdio do muito que ainda virá pra você.