quinta-feira, 27 de agosto de 2009

A simples despedida

Aos grandes Muros repletos de ecos infantis,


Presídio de bola, corda, giz e quadro-negro, onde estão as crianças que correram seus chãos? Desaparecidos na vida, sei que devem seguir algum caminho. Mas meu coração explode ao pensar se todos conseguiram obter da realidade aqueles sonhos sem fim.

Lá vão pelo tempo adentro, essas vinte e oito crianças, malogradas ou afundadas em realização, Muros. Saíram pra sempre de seus domínios e foram pelo mundo de sal. Adivinho que vocês querem segui-las, prendê-las nos anos 90. Elas são mais bonitinhas assim. São pequenas, são delicadas, são suspiros intocáveis.

Mas não podemos prender o céu em uma gaiola. A infinitude do caminho de cada um destrói qualquer grade e fechadura. O melhor? É dizer adeus, pois não se pode prender a abstração da infância. Acenem a simples despedida. Anoiteçam esse passado azul e branco repleto de bonequinhos, de uma vez. E assim, se machuquem, Muros. Percam seus tijolos de imensidão, pois nenhuma dessas mãozinhas retorna por já lhe terem dado derradeiro "até nunca mais".

2 comentários:

VP! disse...

belas palavras, um ar de saudosismo. lembrei-me da minha própria infância:
das brincadeiras inocentes, dos lanches no recreio, tanta coisa boa que não volta mais!

Larissa Caixeta disse...

Eu estava com saudades, não só vê-la como também de vir por aqui. É sempre muito bom olhar e ver suas palavrinhas. Olhar e VER, acima do olhar. ^^. Beijinhos coloridos. ^^.