quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Sobre a esquizofrenia floral

Tenho míseros minutos. A vida em Goiânia, a chuva, a menina de Mato Grosso com sotaque gaúcho, meu quarto - um ovo cúbico (que me parece gigantesco às vezes), o boné dos Rangers na minha cabeça, a palavra "BESTÃO" nos meus ouvidos ecoando... ecoando... Um teclado estranho aos meus dedos e insetos me sugando o sangue e energia vital, os cachorros cantando pra mim na madrugada e a mulher que arruma meu quarto (cada vez colocando meus sapatos em um lugar diferente e bizarro - hoje, estavam na prateleira de apostilas), tremo...
Essa estou eu. "Estou", pois espero que tudo seja temporário. A nostalgia anda me socando o rosto. Tonta sigo a esquina, a estrada... as pessoas se mexendo juntamente com o chão que roda, gira, entorpece. Estou ébria? Sou zumbi. Faz frio, está cinza. Eu, possivelmente, estou desbotando e me tornando mais. Menos. Com. Sem. Posso me sentir crescendo para dentro... (não no sentindo bom).
Acho que não existem mais sentidos bons. Só existe a instrospecção adquirida. Só há um medo que se mascara atrás da voz fininha que sai da minha boca automaticamente. Voz que está me saindo excessivamente infantil. Tenho 7 anos novamente.
Minha cabeça está sendo povoada por sentimentos cheios de florzinhas lilases e azuis. Estou em estado esquizofrênico. Nox voltou juntamente com os vetores. Sei o que se está passando no Quênia. Sei sobre a saudade macia e brilhante. Sei.
Sei o quanto estou pequena... e o tanto que tenho que caminhar ainda. Acho que finalmente tenho consciência de mim, apesar do estado psíquico afetado pelas pétalas coloridas...
Gostaria de tempo e de ter a capacidade de mandar tudo parar. Mas não há. Não há. Estou sem. Acho que há adubo demais aqui dentro de mim... Será que flores podem se tornar ervas daninhas?
Espero.
Embaixo da chuva sem fim e do meu guarda-chuva, que como as flores, também é lilás.

2 comentários:

Francisco Filho disse...

A porta estará sempre aberta, mesmo que por agora você nao more em si...

E me pergunto, sim, aonde você está agora.

Ouvindo Adriana Calcanhoto lembro do que não mais será. E me dá um aperto grande... tão grande que dói.

E não há sangue pra limpar a dor dessa vez... não há parceria poética para remover o marasmo, não há escape...

Que essas flores não virem ervas daninhas! Que nao virem nunca!

Que campos de flores nasçam aí e perfumem o cinza, o frio, e apaguem a ausência mesquinha que corrói.

Pra que querer saber que horas são? Se é noite ou faz calor?
Pra quem servem amendoeiras pelas ruas se só eu as vejo?

Longe e já saudoso,

Francisco

Anônimo disse...

eita, dona lumonda
vancê já tá no dábrio érre?

comé q vancê tá aí?
q q vancê tá achando?

responde no blog msm q eu visito direto

bj